Métodos Ágeis – Uma outra perspectiva sobre as causas de resistência à adoção de Metodologias Ágeis em âmbito geral

A criação do Manifesto Ágil ou Manifesto para o Desenvolvimento Ágil de Softwares, como definido pelos seus criadores, de fato, foi um marco, um divisor de águas. A partir de então, deu-se início a uma era de desenvolvimento de metodologias e frameworks visando entrega de valor e desburocratização nos processos de desenvolvimento de software.

 

Frameworks como o SCRUM e metodologias como Extreme Programming (XP), dentre muitas outras, começaram a ser desenvolvidas. Cada uma delas com suas características específicas e também comuns, buscando convergir para os valores e princípios descritos no Manifesto.

 

Enquanto pesquisava conteúdos para pautar o desenvolvimento desta análise crítica sobre Métodos Ágeis, focada nos desafios culturais/comportamentais na implementação de Métodos Ágeis (assunto que se tornou clichê), me deparei com um vídeo de uma palestra de Dave Thomas, um dos autores do Manifesto para o Desenvolvimento Ágil de Software, intitulado “Agile is Dead” (“O Ágil está Morto”). Ver um dos pais do Manifesto Ágil fazer tal afirmação ampliou e provocou o meu espectro crítico sobre o tema, o que fez com que eu (um simples Professional Scrum Master) mudasse o rumo desta dissertação para um caminho não tão clichê.

 

Atualmente, existe um “hype”, um modismo e supervalorização do “ágil”, impulsionando o surgimento de muitas metodologias, certificações e cursos – nasceu um mercado para vender soluções milagrosas – criando complexidade e descaracterizando a essência da palavra ágil como adjetivo, como qualidade de se fazer algo com agilidade. O “ágil” se tornou uma entidade, um substantivo, um status, descaracterizando, assim, os valores por trás da implementação de uma metodologia.

 

Podemos identificar que este tipo de fenômeno (hype/modismo), que causa banalização, se repete e atinge não só a esse segmento, como também a outros, a exemplo de: mercado de Coach, marketing digital e “influenciadores” na área de finanças.

 

Logo, concluo com um questionamento: não estaria esse fenômeno/movimento sendo uma possível relevante causa que fortalece a resistência à adoção natural dos valores descritos no Manifesto, a começar pelo primeiro (“Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas.”)? Na minha opinião, sim.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

VEYRAT, Pierre. Um dos autores do manifesto critica as metodologias Ágil e Scrum. Venki, 2017. Disponível em: <https://www.venki.com.br/blog/metodologia-agil-scrum/>. Acesso em: 10/08/2021.

 

THOMAS, Dave (GOTO Conferences). Agile is Dead – Pragmatic Dave Thomas – GOTO 2015. Youtube, 14/07/2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=a-BOSpxYJ9M>.