Trata-se da comparação do sistema convencional de alvenaria, muito adotado pelos brasileiros, com o sistema a seco Wood Frame, que emprega sua tecnologia à atualidade. Na década de 90, o sistema em alvenaria estrutural se disseminou, sendo ainda muito carente em trabalhos científicos. Em 2001, iniciou-se no país o sistema a seco estruturado em perfis de madeira reflorestada, o Wood Frame, que vem ganhando espaço principalmente na região sul do país, com o intuito de fazer essa tecnologia externa expandir-se aos brasileiros (KATO, 2002). Devido ao crescimento e competição do setor da construção civil, a busca por sistemas industrializados vem a partir dessa necessidade de construir mais e melhor, numa escala de tempo curto, além de tudo otimizando os custos. O sistema construtivo Wood Frame se faz por essas características, tendo em vista todos os seus pontos mercantis positivos e, principalmente, um maior comprometimento com o meio ambiente.
Kruger e Laroca (2009) avaliaram o desempenho térmico de um protótipo de uma habitação em madeira de Canoinhas utilizando o sistema construtivo de painéis fabricados a partir de chapas de compensado e madeira de reflorestamento. Após a conclusão do protótipo, foi avaliado o desempenho térmico in loco e por simulações computacionais. Em seguida, montaram-se arquivos climáticos, tendo como base os dados para Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Os autores verificaram que o sistema construtivo apresenta capacidade de amortecimento térmico, em relação às baixas temperaturas, com diferencial de 8ºC interno em relação a externo. No período de verão, o protótipo apresentou 100% de conforto para 80% de aceitabilidade, destacando um excelente desempenho para a cidade de Canoinhas. Simulações realizadas para Porto Alegre e Florianópolis mostraram que o mesmo protótipo, com alguma melhoria no sistema construtivo, poderia se adequar àquelas condições climáticas, com excelente nível de desempenho, o que reforça a ideia do sistema construtivo quanto aos benefícios em comparação à alvenaria.
Uma das grandes vantagens é que a estrutura é composta por um grande número de elementos, fazendo com que os esforços sejam mais bem-distribuídos pelos elementos, que por sua vez são resistentes e leves. Além disso, como sua estrutura é leve, ela permite o alívio da transmissão de carga para o solo.
Destaca-se também o menor prazo de execução devido à industrialização do material, que é enviado para a obra conforme o projeto; fidelidade orçamentária, pois o que foi projetado é o que foi produzido na indústria e o que será montado na obra; redução de desperdícios de materiais na execução; redução da mão de obra; organização do canteiro de obra, pois não há baias com insumos; diminuição do transporte de materiais, evitando acidentes na obra; não há restrições de acabamento interno e externo; ótimo desempenho térmico e acústico; quando houver a necessidade de manutenção, não é necessário quebrar paredes, apenas remover a placa de gesso e depois de solucionado recolocar; além de maior área útil, pois as paredes possuem espessuras menores que as de alvenaria.
Conclui-se que a tecnologia acerca do sistema construtivo Wood Frame já está bem avançada, encontrando no mercado vários tipos de materiais que compõem o sistema, inclusive materiais específicos para a melhoria do conforto térmico e isolamento acústico, superando, em termos de eficiência, construções feitas em alvenaria. Ainda nos possibilita observar que, apesar da grande diversidade de materiais e avançada tecnologia, existe a deficiência de bibliografia brasileira quanto ao sistema construtivo Wood Frame.
REFERÊNCIAS
KLEIN, Bruno Gustavo; MARONEZI, Vinícius. Comparativo Orçamentário dos Sistemas Construtivos em Alvenaria Convencional, Alvenaria Estrutural e Light Steel Frame para Construção de Conjuntos Habitacionais. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco.
SOUZA, Laurilan Gonçalves. Análise comparativa do custo de uma casa unifamiliar nos sistemas construtivos de alvenaria, madeira de lei e Wood Frame. IPOG. Florianópolis, jan. 2013.
FERREIRA, Augusto Sendtko. Estudo Comparativo de Sistemas Construtivos Industrializados: Paredes de Concreto, Steel Frame e Wood Frame. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.
KATO, Ricardo Bentes. Comparação entre o Sistema Construtivo Convencional e o Sistema Construtivo em Alvenaria Estrutural Segundo a Teoria da Construção Enxuta. 2002. Dissertação. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
KRÜGUER, Eduardo; LAROCA, Christine. Avaliação de desempenho térmico de protótipo de baixo custo em madeira de reflorestamento. Revista Escola de Minas. v.66, n.3, p.271. Ouro Preto, jul-set. 2013. ISSN: 03704467.
GOMES, Jefferson de Oliveira; LACERDA, Juliana Ferreira Santos Bastos. Uma Visão Mais Sustentável dos Sistemas Construtivos no Brasil: Análise do Estado da Arte. E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial. v.7, n.2, p. 6-18. Florianópolis, abr. 2014.
FERREIRA, Romário. Conheça a tecnologia e os custos de construção do primeiro empreendimento em Wood Frame do programa Minha Casa, Minha Vida. Guia da Construção, ano 66, ed. 146, p.16-21. Florianópolis, set. de 2013.