A psicologia positiva é uma forma saudável de enxergar o mundo e orientar nossas escolhas para o crescimento e desenvolvimento. Ela pode ser aplicada a todas as áreas da nossa vida. Quando nos abrimos para focar no nosso repertório de situações pregressas de sucesso que geraram emoção positiva, seguimos orientados para o florescimento e para a manutenção, tanto da emoção positiva quanto da saúde, bem-estar e qualidade de vida nas nossas relações e em nossa vida privada.
A busca pelos defeitos e problemas em nosso funcionamento gera uma corrida para um aprimoramento, autocrítica, cobrança e uma série de “treinamentos” que não levam em conta nossas habilidades, forças e talentos, tampouco quem somos. A psicologia positiva conclama que através de experiências de sucesso anteriores e de aumento de emoção positiva podemos nos conectar com o que sabemos e com nossas forças, para que essa integração nos mantenha saudáveis e vivendo uma vida com valor e sentido.
Entender sobre o papel das emoções positivas e sobre o que nos motiva é um passo importante nesta caminhada de integração e busca por uma vida conectada e valorosa. Para a psicologia positiva, a motivação envolve entender o que gostamos, o que fazemos bem e o que é motivador para nós mesmos e para os que estão ao nosso redor.
Nosso perfil motivacional nos diz muito sobre nossas escolhas e nossas interações, além de nos ajudar a alcançar metas, superar obstáculos, comunicar e motivar melhor as pessoas ao nosso redor. Quando conhecemos nosso padrão motivacional, podemos ajustar nossas metas e aspirações em consonância com o mesmo. Assim, fica mais fácil, leve e saudável alcançar metas e objetivos de vida.
As dimensões do estilo motivacional são simples de serem exploradas e entendidas. No quesito desejo por conexão ou produção, entendemos que produtores falam rápido, apressados, apresentam postura de comando, focam em objetivos, adoram listas de tarefas e lideram. Enquanto isso, conectores apresentam uma postura amigável, ritmos calmos, gostam de conversar, de pessoas e de contato físico, parecem leais e confiáveis.
Na dimensão necessidade por variação e por estabilidade, os estabilizadores geralmente se preocupam com organização, estrutura, cronogramas ou regras. São concentrados, aplicados, focados e parecem quietos e sérios. Enquanto isso, variadores geralmente são animados, expressivos, entusiasmados e interessados. São inovadores, originais, criativos e muitas vezes parecem não conseguir manter a atenção por muito tempo.
No que diz respeito a recompensas, a última dimensão a ser considerada, os internos preocupam-se com ideias filosóficas e em como produzir a diferença positiva no mundo, querem adesão a seu forte sistema de valores, entendem que seu funcionamento está conectado com seus valores e acreditam em um propósito maior. Em contraponto, os externos se interessam por crescimento, status, dinheiro, reconhecimento público e ganhar importância ou influência.
No intuito de explorar sobre o nosso padrão motivacional e o dos outros, podemos buscar as respostas das seguintes perguntas:
O que gostamos de fazer?
Em que atividades somos bons?
Preferimos estrutura ou improviso e espontaneidade? Preferimos trabalhar sozinhos ou em grupo?
Somos mais cooperativos ou competitivos? O que faz nos sentirmos valorizados?
E como gostamos de ser recompensados?
Em nossa vida relacional e no nosso trabalho, é importante entendermos o perfil motivacional do outro para que a comunicação aconteça de forma eficaz e positiva. Muitos comunicadores direcionam seu discurso a um grupo baseando-se no seu estilo motivacional, e isso é um erro, pois eles desconsideram as diferenças. Para motivarmos um grupo, precisamos oferecer recursos para todos os estilos motivacionais. Interação para os conectores, desafios para os produtores, estrutura para estabilizadores e diversidade para variadores.
A comunicação com produtores deve ser clara e direta, sem repetições e, de preferência, rápida. Já com conectores, a comunicação deve ser feita com ternura em um ritmo suave, mantendo contato ocular, de forma calorosa e amigável.
A comunicação com estabilizadores deve ser repleta de informações e protocolos a serem seguidos, argumentos racionais, fatos concretos e lógicos são importantes em especial para comunicar novas ideias,, assim como a forma organizada na apresentação, usando explicações de conceitos, fatos e descrições. Já com variadores, a comunicação motivadora deve acontecer de forma positiva e entusiasmada, mantendo contato ocular e usando a escuta ativa ao demonstrar interesse pelas opiniões. Ao explicar conceitos, use elementos visuais, como descrições, demonstrações, histórias e imagens para comunicar.
A comunicação com interiorizadores é motivadora quando o comunicador expressa interesse pelo que gostam, quando explica a finalidade das tarefas e mostra por que são importantes, quando procura pontos de concordância. Enquanto que a comunicação com exteriorizadores é facilitada quando o comunicador destaca benefícios e mostra ganhos reais, faz elogios publicamente e reconhece as contribuições e talentos dos ouvintes.
Respeitando o que é motivador para nós mesmos e para os que estão ao nosso redor,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOWE, Tamara. Supermotivado. Trad. Ana Carolina Bento Ribeiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.