A informação online pode ser uma aliada ou um grande problema que não pode ser resolvido rapidamente. Nos dias de hoje, em meio a pandemia causada pela Covid-19, bem como a crise econômica e política que vivemos em nosso país, as chamadas “fake news” estão presentes a todo momento e fazem que o público, o qual já se encontra predisposto a acreditar nelas, passe a espalhar informações falsas, por muitas vezes descabíveis, fazendo com que a disseminação destas seja cada vez mais rápida e perigosa. Busco, através desse trabalho dissertativo argumentativo, discorrer sobre minha opinião sobre a temática referida com o apoio de material bibliográfico disponibilizado ao decorrer do curso e, também, em pesquisas extraclasse.
Atualmente, a internet se mostra como uma ferramenta crucial na vida das pessoas, seja para estudo, trabalho ou entretenimento. Tal avanço tecnológico substitui o que, alguns anos atrás, seria a televisão, o rádio e o jornal, se tornando a principal base de informação de muitos brasileiros. É evidente os benefícios do livre acesso à informação atual, porém, existem alguns inconvenientes encontrados nesse cenário, como a propagação de inverdades conhecidas popularmente como “fake news”.
Para o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM, 2020), verificar a veracidade das notícias publicadas é um dos muitos desafios que a internet apresenta. Acrescente ainda que, antigamente, um boato dificilmente transpassava os limites de uma cidade, entretanto, com o poder da tecnologia, ele pode se tornar globalmente conhecido sem grandes dificuldades e com consequências imprevisíveis.
De acordo com Wardle (2017), não podemos utilizar o termo notícias falsas, pois essa expressão é ambígua e simplista para dar conta tanto de sua natureza quanto de sua escala. O ecossistema da desinformação é gigantesco e pode ir desde tirinhas sarcásticas, websites não confiáveis e manchetes para chamar a atenção à notícias relacionadas a política e economia, fazendo com que grande parte da população seja afetada por isso.
No Brasil, vivemos um grande problema com relação a esse ecossistema de desinformação, pois somos, culturalmente, um país que lê e se informa pouco com relação a assuntos de natureza política e econômica. A população tende a ler somente as manchetes dos jornais que, na maioria das vezes, são de cunho sensacionalista.
Para mudarmos esse comportamento precisamos de uma educação midiática que, segundo Wardle (2017, p. 01):
“[…] mesmo se as escolas começassem hoje a ensinar as crianças sobre desinformação, o resultado só aparecerá daqui 20 anos. Ainda assim, esta é uma tarefa urgente. Além de informá-las sobre as formas como a informação pode ser manipulada, a educação midiática precisa discutir o conceito do viés de confirmação [a tendência humana de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações que confirmem crenças ou hipóteses iniciais]. Compreender o viés de confirmação permitirá às crianças aprender a questionar sobretudo os conteúdos que estimulem respostas emocionais. [….]”
Somente a educação transforma. É somente através dela que podemos criar uma população mais culta, que saberá como buscar fontes de informações seguras e escolher seu futuro da melhor forma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WARDLE, C. Combater a desinformação é como varrer as ruas. 2017. Disponível em: Claire Wardle: combater a desinformação é como varrer as ruas | Observatório da Imprensa (observatoriodaimprensa.com.br) Acesso em 28 de junho de 2021.
IBCCRIM. Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Nota Técnica. 2020. Disponível em: doc-07-04-2020-14-13-41-786351.pdf (ibccrim.org.br) Acesso em 02 de julho de 2021.