Em Busca da Felicidade: Gerenciamento das Expectativas

Vivemos tempos de mudanças. Mudanças nas relações de trabalho e nas relações pessoais. Há inclusive teorias sobre a liquidez da vida moderna, onde levamos nossas relações de consumo para nossas relações profissionais e de trabalho. Nesse sentido, um dos grandes desafios das organizações, principalmente aquelas em que o capital humano é a força motriz, tem sido sobre como motivar pessoas. Será possível construir um ambiente de equipes e gestores felizes e inspirados 365 dias por ano? Quem tem a responsabilidade de construir esse ambiente? Isso de fato trará resultados práticos para o negócio?

 

Na minha opinião, além de ser possível, existem ferramentas simples e com custo baixo que podem nos ajudar nessa missão!

 

Partindo do princípio que ser feliz é uma tarefa colaborativa, essa está diretamente ligada ao quanto o gestor e sua equipe sabem gerenciar as expectativas. Sim, uma via de mão dupla, uma corresponsabilidade. Expectativa é algo pessoal e depende fortemente do momento e do meio que estamos vivendo. Trabalhos repetitivos e puramente mecânicos (ou na linguagem popular ‘’cornojob’’) estão sendo substituídos de forma gradual por máquinas ou algoritmos inteligentes. Portanto, precisamos nos reinventar em nossas funções de trabalho. Mudanças e problemas ocorrem em velocidade crescente e temos que estar preparados para elas. Resumindo de forma direta e objetiva: vão existir problemas de todos os tipos e mudanças em qualquer tipo de projeto, e isso é um fato. Sendo um fato, temos que encarar e nos preparar para enfrentar. Neste sentido, os ambientes devem propiciar o aumento da criatividade, da confiança e da motivação. Como conseguir isso?

 

  1. Permitir que existam erros e ideias, promover discussões amplas e abertas sobre os problemas, fraquezas organizacionais e limites pessoais.
  2. Disseminar o conhecimento entre todos de forma extremamente colaborativa. O conhecimento e a visibilidade nos libertam das fofocas de corredor e do mal-estar entre as equipes.

 

Meus últimos dois sábados foram inspiradores (culpa das duas excelentes instrutoras, da diversidade disciplinar, e da troca de conhecimentos entre os participantes) onde alternei em momentos de reaprender práticas conhecidas em novos contextos e com novos olhares, e de aprender novos conceitos e práticas (seja porque abandonei com o passar dos anos ou porque já tinha esquecido).

 

Nos próximos parágrafos, vou tentar fazer um link de ferramentas que podem nos ajudar como gestores e equipes na tal da gerência de expectativas, o que vai nos levar a tal da felicidade que todos queremos. Eu quero mais pessoas felizes trabalhando comigo!

 

Utilizar Kanban pode nos ajudar a entender nossos limites através do chamado “Work in Progress” ou simplesmente WIP. O fato de ter esse conhecimento é importante para que não assumamos missões que certamente não cumpriremos. Isso criará expectativas reais e alcançáveis. Isso dará a oportunidade de estabelecer claramente o que é prioritário e o que não é. Saber nossos limites e definir metas alcançáveis vai nos aproximar (expectativa) da realidade.

 

Mas isso, somente, não fará com que tratemos o elemento humano, que é tão importante em trabalhos criativos. Precisamos nos conhecer. Saber o que nos motiva e desmotiva e, de forma colaborativa, explorar os aspectos positivos de cada um. Destacar pontos fortes e pontos de melhoria, melhorando a convivência do grupo.

 

Uma ferramenta útil para isso é o teste DISC e a análise de perfil comportamental. Isso nos ajudará a entender e trabalhar nossos “moving motivators”.

 

Na ProMove, por exemplo, graças a Deus que tenho os meninos (Rafael, David e Mariano) para me ajudar a ser mais focada, neste momento estou tão “I”.

 

O que nos motiva ou desmotiva individualmente? O que nos motiva ou desmotiva em equipe?

 

Estamos alinhados? É possível nos alinhar? Responder juntos essas questões, considerando que cada equipe tem uma característica. Vamos experimentar, errar e acertar. Ciclo de melhoria contínua.

 

Mas não se prenda só a isso: podemos também criar um mural de lamentações para resolver conflitos ou usar os “Kudo Cards” para presentear membros da equipe por sua colaboração ou seus feitos importantes para o grupo. Tudo visível, tudo claro, tudo com respeito mútuo. Um ambiente gostoso de estar, onde a colaboração é vitoriosa, onde o outro é necessário e se faz necessário. Onde as expectativas são conhecidas.

 

Tá, mas mesmo assim surgem limites que devem ser estabelecidos, as cercas invisíveis nos impedem de dar ideias, saber até onde ir. Nesse ponto, o “Delegation Poker” pode nos ajudar a definir em que assuntos a equipe pode tomar decisões ou ainda não está madura suficiente para decidir.

 

Por que não usar essa ferramenta para avaliar o desempenho pessoal de cada um? Por que não utilizar para gerenciar expectativas entre o gestor e o membro do seu time? Resolveríamos problemas como: “…eu achava que você deveria ser mais proativo nisso ou naquilo…”, “eu achava que poderia decidir isso…”. quantos problemas evitaríamos tornando as cercas bem visíveis e sinalizadas?

 

Como saber o que é a realidade se tudo é velado nas empresas e equipes? Precisamos de tão pouco para ser feliz.

 

Essas ferramentas simples e práticas utilizadas frequentemente podem tornar nossa equipe mais feliz e motivada, 365 dias por ano. Por que não começar a fazer o outro feliz? Com certeza uma equipe feliz faz um gestor feliz e vice-versa. Comece pequeno e persista inovando o ambiente de trabalho. Precisamos disso independentemente do tipo de equipe ou indústria: equipes de TI, advogados, médicos, profissionais de educação física ou mães! Não seria bom estabelecer isso tudo com nossos companheiros e filhos?

 

Já faço Kanban e uso Trello com as minhas duas princesas, acho que vou continuar no caminho do gerenciamento de expectativas com elas.