Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias. E sucesso, para as empresas, por exemplo, significa aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, consideração da marca, entre outros benefícios. Segundo Drucker, a inovação “é o instrumento específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente, produto diferente, processo diferente ou um serviço diferente”. As inovações são importantes porque permitem que as empresas acessem novos mercados, aumentem suas receitas, realizem novas parcerias, adquiram novos conhecimentos e aumentem o valor de suas marcas.
O conceito de inovação é conhecido desde Adam Smith, no século XVIII, que estudava a relação entre acumulação de capital e a tecnologia de manufatura, estudando conceitos relacionados à mudança tecnológica, divisão do trabalho e competição. Somente a partir do trabalho de Joseph Schumpeter estabeleceu-se uma relação entre inovação e conhecimento econômico (Teoria do Desenvolvimento Econômico, 1934).
Ele é mais famoso por sua teoria da “destruição criativa” – que sustenta que o sistema capitalista progride por revolucionar constantemente sua estrutura econômica: novas firmas, novas tecnologias e novos produtos substituem constantemente os antigos. De forma simplificada, o termo inovação “schumpeteriana” é utilizado para definir inovações que destroem o modo como se fazia determinada atividade.
A partir dessas primeiras ideias, a inovação consistia na introdução de um novo bem, de uma nova qualidade de um bem ou ainda na introdução de um novo método de produção, definindo com isso a abertura de um novo mercado. A inovação, assim conceituada, podia também ser obtida pela conquista de uma nova fonte de suprimento de matéria-prima ou o aparecimento de uma outra estrutura.
Dentre as várias possibilidades de inovar, aquelas que se referem a inovações de produto ou de processo são conhecidas como inovações tecnológicas. Outros tipos de inovações podem se relacionar a novos mercados, novos modelos de negócio, novos processos e métodos organizacionais ou até mesmo novas fontes de suprimentos.
A inovação tem a capacidade de agregar valor aos produtos de uma empresa, diferenciando-a, ainda que momentaneamente, no ambiente competitivo. Ela é ainda mais importante em mercados comoditizados. Ou seja, com alto nível de competição e cujos produtos são praticamente equivalentes entre os ofertantes.
Aqueles que inovam nesse contexto, seja de forma incremental ou radical, de produto, processo ou modelo de negócio, ficam em posição de vantagem em relação aos demais. Inovação, em seu sentido mais genérico, pode ser definida como algo novo para a organização. A palavra inovar, do latim, significa tornar novo, renovar, enquanto inovação traduz-se pelo ato de inovar. Dessa forma, a amplitude do termo nos remete a tentar uma definição mais específica.
A palavra inovação é frequentemente usada para descrever um objeto, que pode ser um microcomputador ou um novo modelo de carro. Embora referindo-se a algo “concreto”, teóricos do assunto concordam que inovação pode assumir outras formas de definição.
Como exemplo, podemos utilizar Rogers e Shoemaker (1971) que argumentam que uma inovação pode ser uma nova ideia, uma nova prática ou também um novo material a ser utilizado em um determinado processo.
Dessa forma, podemos visualizar a inovação em diferentes naturezas, que podem ser refletidas em esquemas classificatórios, diferenciando-se entre inovações administrativas e técnicas (KIMBERLY e EVANISKO, 1981), inovação no trabalho organizacional, inovações em produtos e inovações em processos (WHIPP E CLARK, 1986).
Embora “novidades” encontradas em organizações, como explicitadas acima em técnicas administrativas e organizacionais, inseridas em produtos ou processos, nem todas elas podem ser consideradas como inovações. Cabe ressaltar, aqui, a diferenciação entre “originalidade” e “novidade”, propriamente dita.
Novidade é originária do latim novitate, que se reporta à qualidade ou caráter de novo, uma inovação, embora referente a algo já existente, um uso novo para algo já existente. Nesse contexto, Zaltman et al (1973) argumentam que, enquanto toda inovação implica em mudança, nem toda mudança implica em inovação.
O conceito mais amplo de inovação é aquele relacionado com a “novidade” que, necessariamente, não seja uma “originalidade”, mas que no contexto da organização é novo. Conforme Zaltman et al (1973), a definição inovação pode ser entendida como uma ideia, uma prática ou um artefato material percebido como novo, relevante e único adotado em um determinado processo, área ou por toda a organização.
As pessoas frequentemente confundem inovação e processos de inovação com melhoria contínua e processos relacionados a esse tema. Para que uma inovação seja caracterizada como tal, é necessário que seja causado um impacto significativo na estrutura de preços, na participação de mercado, na receita da empresa etc.
As melhorias contínuas, normalmente, não são capazes de criar vantagens competitivas de médio e longo prazo, mas de manter a competitividade dos produtos em termos de custo.
Obviamente, os benefícios da inovação não se limitam às empresas. Para os países e regiões, as inovações possibilitam o aumento do nível de emprego e renda, além do acesso ao mundo globalizado. As inovações oferecem novos produtos, que passam a contar com mais benefícios dos produtos oferecidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TIDD, Joe; BESSANT, John; PAVITT, Keith. Gestão da Inovação: 3 ed. Bookmann, 2008.
SCHUMPETER, Joseph – The Theory of Economic Development,Oxford, Oxford University Press, 1978.p.63.
ZALTMAN, G., DUNCAN, R. and HOLBECK, J. (1973) Innovation and Organizations. John Wiley, New York, 45-68.