Para que organizações continuem competitivas em um mercado em constante evolução, é necessário implementar soluções inovadoras. A construção de novos conhecimentos é um aspecto de grande importância na inovação e, para inovar, é preciso muitas vezes combinar diferentes áreas, que podem ser de produção, marketing etc. (SCHUMPETER, 1988). Para serem bem-sucedidos, processos inovadores devem trazer como resultados soluções de alto nível, com riscos e custos de mudança menores, e adesão dos envolvidos (LIEDTKA, 2018).
Para aperfeiçoar seus processos de inovação, organizações buscam modelos cada vez mais eficientes e o Design Thinking vem sendo utilizado na promoção da inovação. Seu processo para gerar ideias vai além do design na aparência de produtos, podendo ser aplicado na concepção de diversas soluções. É um método que transita entre as atividades de inovação com foco no ser humano, como um processo de cocriação envolvendo equipes multidisciplinares (MACEDO; MIGUEL; CASAROTTO FILHO, 2015).
O Design Thinking explora a capacidade das pessoas que é não aproveitada pelas práticas convencionais de solução de problemas. Para isso, possui cinco fases, que são: empatia, entendendo o que o usuário precisa; definição, estabelecendo as necessidades do usuário em termos de um problema a ser solucionado; ideação, propondo uma solução que atenda às necessidades do usuário; protótipo, criando uma solução que possa abranger uma seleção das funcionalidades requeridas para experimentação pelo usuário; e testes, utilizando a solução para que o usuário forneça feedback para a iteração do processo (CORRAL; FRONZA, 2018). Durante o Design Thinking, os líderes das ações devem apoiar constantemente suas equipes, os membros das equipes devem fazer descobertas e perceber que estão em um processo criativo, e não apenas realizando instruções (BASON; AUSTIN, 2019).
Alguns designers mencionam que o Design Thinking é muito estruturado e linear, entretanto essa estrutura e linearidade auxiliam no desenvolvimento do processo de inovação, mantendo os participantes em um caminho lógico e evitando o gasto de tempo em etapas que não agregam valor, ou ainda pulando etapas importantes para o atingimento do resultado almejado (LIEDTKA, 2018). Em adicional, processos de inovação podem ser replicados até certo ponto, e o Design Thinking, por possuir uma base pragmática e de fácil compreensão, é uma metodologia aplicável em diversos contextos (BRENNER; UEBERNICKER, 2016), podendo assim ser considerado um processo que muito contribui para o desenvolvimento e a abrangência de iniciativas inovadoras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASON, Christian; AUSTIN, Robert D. The right way to lead design thinking. Harvard Business Review, v. 97, n. 2, p. 82-91, 2019.
BRENNER, Walter; UEBERNICKEL, Falk. Design thinking for innovation. Research and Practice, 2016.
CORRAL, Luis; FRONZA, Ilenia. Design thinking and agile practices for software engineering: an opportunity for innovation. In: Proceedings of the 19th Annual SIG Conference on Information Technology Education. 2018. p. 26-31.
LIEDTKA, Jeanne. Why design thinking works. Harvard Business Review, v. 96, n.
5, p. 72-79, 2018.
MACEDO, Mayara Atherino; MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick; CASAROTTO FILHO, Nelson. A caracterização do design thinking como um modelo de inovação.
RAI Revista de Administração e Inovação, v. 12, n. 3, p. 157-182, 2015.
SCHUMPETER, J. A. A teoria do desenvolvimento econômico [The theory of economic development]. São Paulo: Nova Cultural, 1988.