O Processo de Implementação de um Programa de Governança de Dados

O Processo de Implementação de um Programa de Governança de Dados

O Programa de Governança de Dados é um dos habilitadores da execução de uma estratégia de dados, garantindo a qualidade e confiabilidade das informações. Já a estratégia de dados deve suportar a estratégia da empresa, sendo um dos principais meios de atingimento dos objetivos de negócio. A implementação da Governança de Dados pode ser baseada nos diversos frameworks que abrangem as dimensões de dados, processos, tecnologia e pessoas. Todas as dimensões são extremamente importantes para um programa bem estabelecido. Um dos frameworks mais conhecidos é do DAMA-DMBOK, o guia de gestão de dados que reúne as melhores práticas do mercado.

 

A implementação de um Programa de Governança de Dados passa por 5 etapas. Na primeira etapa, o Alinhamento Estratégico, é importante definir as fundações certas para o programa, analisar como ele entregará valor ao negócio e priorizar as iniciativas conforme as necessidades mais urgentes e importantes para a estratégia da empresa, ou seja, aquelas que trarão maior impacto aos negócios. Na segunda etapa, o Desenvolvimento do Plano, deve-se avaliar a capacidade de governança e maturidade atual da empresa, definir o modelo de governança e o framework a ser implementado, definir as pessoas-chaves, os objetivos e as métricas de sucesso do programa e, por fim, avaliar as tecnologias necessárias, as que a empresa já possui e outras soluções que o mercado oferece. A terceira etapa, Execução, se trata de definir e implantar as políticas e padrões de governança, implementar a tecnologia, a infraestrutura, fluxos de trabalho, reportes e comunicar sobre o programa e seus benefícios para as áreas de negócios e todos os envolvidos. Na quarta etapa, Monitorar, é importante avaliar a execução e as entregas contra as expectativas, endereçar melhorias, automatizar os processos de monitoramento para ganhar eficiência e atuar rapidamente em possíveis desvios e anomalias, avaliar o impacto das políticas de governança nos resultados dos negócios e identificar áreas para evolução. Alguns tipos de indicadores de um programa de Governança de Dados são relacionados às métricas de negócios, processos de governança, integração de informações, qualidade de dados e segurança e privacidade. É fundamental que esses indicadores sejam definidos e acompanhados pelos envolvidos para que possa ser avaliado se o programa está no caminho certo e em quais processos há oportunidades de melhorias e evoluções. A última etapa, Otimizar e Escalar, é sobre estabelecer o processo de iteração e aprendizado, identificar e endereçar as oportunidades, desenvolver novos projetos, processos, papéis e habilidades conforme a evolução da maturidade analítica, cultura e apetite de risco.

 

No processo de implementação de um Programa de Governança de Dados, tenha a comunicação como a sua aliada, usando-a de forma clara, objetiva e estratégica. Dado que o programa deve ser divulgado e implementado por toda empresa, e, principalmente, não apenas as pessoas técnicas de dados serão envolvidas, mas também pessoas de negócios não-técnicas. Uma comunicação mais simples, ressaltando a importância, benefícios e impactos (positivos e negativos, caso os dados não sejam bem governados), contribuirá para um maior engajamento de todos. A comunicação deve ser frequente e suportar a construção da cultura de Governança de Dados a cada dia. Ela deve demonstrar o impacto no negócio, tangibilizando o programa, e salientar a evolução. Utilizar os canais adequados para conseguir engajar e entregar as mensagens de forma efetiva também é importante, uma vez que apenas envio de e-mails e notas na intranet podem não ser suficientes.

 

O objetivo final da implantação da Governança de Dados é prover uma diretriz clara e objetiva de como atuar com os dados da empresa a fim de utilizar esse importante ativo para obter benefícios financeiros e, também, mitigar os riscos proveniente de dados sem qualidade. As principais entregas do programa estão em torno de: (1) definições de qualidade de dados, a condição dos dados utilizados pela empresa, o nível de confiabilidade e a aderência às políticas de dados da companhia; (2) definição de funções e responsabilidades fornecendo uma estrutura organizacional de quem cuida e mantém os dados; (3) catálogo de dados, onde são registrados o significado de todos os dados, garantindo clareza a todos e evitando repetições desnecessárias e; (4) a criação de metadados, que são dados sobre os dados e facilitam as pesquisas e o processamento.

 

Uma matéria publicada na Harvard Business Review (2017) cita que somente 3% das empresas atinge os padrões mínimos de qualidade de dados. Um estudo da IBM registrou que a estimativa de custo de dados de baixa qualidade, nos Estados Unidos, foi de US$ 3,1 trilhões em 2016. Ou seja, um Programa de Governança de Dados bem implementado e estabelecido por toda a organização é fundamental para o progresso da empresa, seja gerando mais negócios, tomando decisões mais corretas e ágeis com base em dados confiáveis, como também, reduzindo perdas financeiras.

 

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