Quando ingressei na faculdade de jornalismo, no distante ano de 2004, na primeira aula que tive na PUCRS, ainda assustada com o mundo que acabara de se abrir para mim – universidades são portais transformadores – o professor Juremir Machado da Silva, jornalista, radialista, poeta e escritor reconhecido internacionalmente disse a seguinte frase: A vida de um jornalista é a sua agenda.
Afinal, o que seria desse profissional sem suas fontes, seus contatos?
Isso foi há quase 18 anos, época em que ainda guardávamos os nomes das pessoas e seus telefones em agendas físicas, divididas por letras, alguém lembra? E mesmo nesse período jurássico as conexões eram a chave para a comunicação. Com a chegada da tecnologia, os contatos ganharam um peso ainda maior. Hoje, estamos a um “Whats”, a uma “Direct”, de pessoas de todos os cantos do mundo. Não existem barreiras, fronteiras, distância.
E se o mundo mudou e não há setor que não tenha sido impactado pela tecnologia, o marketing e a comunicação também mudaram, e muito. Parafraseando um pesquisador gaúcho de Inteligência Artificial, o qual muito admiro, chamado Luís Lamb, é impossível prevermos o quanto o mundo ainda mudará até 2050. “As tecnologias que temos acesso são um floco de neve sobre um iceberg o qual conhecemos apenas a ponta”, ele afirma, não querendo parecer alarmista.
Nessa linha, quem trabalha com comunicação e marketing, assim como em outras áreas, está precisando aprender a aprender e a reaprender diariamente. As certezas caem por terra a cada atualização do iOS. Não à toa, o mundo, hoje, tem uma demanda crescente por desenvolvedores, programadores e profissionais de tecnologia impossível de suprir. São milhares de vagas com salários muito acima do mercado sem que haja mão de obra qualificada para assumi-las. Isso sem falar nos jovens que irão se formar em profissões que logo deixarão de existir. A economia mudou – quem não percebeu ficou para trás – é baseada em conhecimento. E como diz também, Lamb, “se pegarmos as empresas mais valiosas do mundo hoje e decidirmos vendê-las, o que teremos para oferecer aos compradores serão cérebros. Não serão espaços físicos, mas cérebros. A inteligência e o conhecimento movem a economia do século 21”.
O lado bom de tudo isso é que, mesmo o mundo tendo ficado mais complexo e desafiador, está bem mais interessante. Você algum dia imaginou que teríamos a vacina em menos de um ano? E que um dos empresários mais ricos do mundo daria uma voltinha rápida no espaço em seu foguete? Independente da área que você atua, permita-se olhar para as tecnologias disponíveis no mercado sem medo. A TI veio para somar. Só precisamos estar dispostos a aprender e reaprender. Exemplos não faltam para nos inspirar.