Profissão Designer: aspectos da criatividade na resolução de problemas e na negociação para venda

Profissão Designer: aspectos da criatividade na resolução de problemas e na negociação para venda

Um designer pode atuar em diversas áreas: design de interiores, design gráfico, design de moda, design de produto etc. Resumidamente, o papel de um designer, independente da área de atuação, é auxiliar na resolução de um problema do cliente. Mas o que caracteriza um problema?

 

Problema = Necessidade!

 

Ou seja, um problema é, em suma, uma necessidade do cliente. Essa troca de palavras também permite tirar uma grande pressão sobre o cérebro de um profissional do design (MUNARI, 2002). Também, é importante saber que cada necessidade apresenta um grau determinado de complexidade, o qual eleva, linearmente, o grau de responsabilidade do designer. Porém, o grau de complexidade de uma solução proposta não é definido por tais. Uma necessidade complexa pode ter uma solução simples. Assim como, uma necessidade simples pode demandar uma solução altamente complexa (MUNARI, 2002; WEDELL-WEDELLSBORG, 2021).

 

De modo geral, a formação de um designer instiga que este seja altamente criativo na elaboração de uma solução, seja ela simples ou complexa. E é a criatividade que diferencia o profissional e gera a demanda no mercado de trabalho. Entretanto, é importante enfatizar que tal criatividade exigida não deve partir, inicialmente, da premissa revolucionária. Para simplificar o processo criativo, gosto de pensar que uma solução criativa é uma “solução sustentável’’, em que a necessidade do cliente é atendida dentro de três pilares comuns a todas as áreas: econômico, social e ambiental. Isto significa que a solução deva ser econômica e tecnicamente viável, sendo desejável um menor custo atrelado a um processo produtivo simples ou adaptável. Demandas sociais do cliente devem ser atendidas, podendo ser escalonada uma solução de alto impacto social, indireto ou direto, além do cliente. Por fim, a solução não deve causar impacto ambiental negativo, sendo altamente desejáveis reflexos ambientais positivos (MUNARI, 2002).

 

Portanto, há uma grande importância em se conhecer com propriedade o problema/necessidade. Para Munari (2002), “Um problema não se resolve por si só; no entanto, contém já todos os elementos para a sua solução. É necessário conhecê-los e utilizá-los no projeto de solução”. Isto torna o processo criativo de um designer mais eficiente, visto que o detalhamento da necessidade reduz o tempo na pesquisa e desenvolvimento da solução final com maior chance de acerto (MUNARI, 2002). Além disso, o domínio sobre os principais aspectos de uma necessidade do cliente agrega valor sobre o processo de negociação (LANG; MAGALHÃES, 2019).

 

Em negociação, conhecer uma necessidade permite ter argumentos para embasar e elaborar uma proposta, com linhas ou exemplos de soluções a serem alcançadas. Bem como, a exploração de reflexos das soluções sobre âmbitos que o cliente não espera e que podem ser diferenciais. Em uma negociação criativa, o designer deve trabalhar a necessidade do cliente ao ponto de criar o desejo sobre a solução a ser gerada. Uma solução que apenas aquele profissional poderá criar e que garantirá o customer success. Portanto, a percepção do cliente de que o designer compreende a dimensão da sua necessidade no campo dos desejos é fundamental. Isso permite o envolvimento do cliente em níveis visceral, comportamental e reflexivo, não apenas no processo de design, mas na negociação (NORMAN, 2008). O diferencial criativo é, portanto, desejável não apenas no processo pós-venda, mas antes e durante a negociação. Vender design é trabalhar o desenvolvimento de soluções reais no campo dos desejos humanos. Para tal profissional, se percebe a necessidade de entender sobre criatividade, negociação e psicologia, de modo holístico (NORMAN, 2008; LANG; MAGALHÃES, 2019).

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

LANG, Rodrigo; MAGALHÃES, João. Negotiation MAP: o framework de negociação que vem revolucionando o mercado. [S.l.]: Business Behavior Institute. 2019. 77 p.

 

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 378 p.

 

NORMAN, Donald A. Design emocional: porque adoramos (ou detestamos) os objetos do dia a dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. 278 p.

 

WEDELL-WEDELLSBORG, Thomas. Qual é o seu problema?: para resolver seus problemas mais difíceis, mude os problemas que você resolve. São Paulo: Benvirá, 2021. 224 p.

 

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