Profissional de Humanização

A busca de novas tecnologias impulsiona a mente humana ao desenvolvimento de novas ferramentas inovadoras, muitas delas, relacionadas a conhecimentos técnicos e matemáticos. Nesse processo de evolução, nos preocupamos com a questão do que será útil no futuro, qual tecnologia que será desenvolvida e disruptiva o suficiente para mudar nossas relações com o mundo que, no futuro, teremos que nos adaptar. Essas perguntas rondam muito dos que procuram entrar no mercado de trabalho, bem como, os que querem permanecer nele. A cada dia nos deparamos com avanços que automatizam nossas rotinas e nos remetem ao questionamento do personagem essencial, o ser humano. Neste contexto, as habilidades sociais surgem norteando que a capacidade de lidarmos com nós mesmos poderá ser mais relevante do que o saber utilizar uma tecnologia inovadora.

 

Nossa espécie, desde os povos primitivos, sobreviveu através da criação e adaptação de novas tecnologias. Com a integralização de novas ferramentas, no dia a dia ficamos mais dependentes destas para executarmos tarefas corriqueiras, porém com o passar dos tempos nos deparamos com limitações tecnológicas que não se espraiam para a área da compreensão das relações humanas. O profissional do futuro pode ser menos técnico e mais social, compreendendo momentos nos quais a equipe está passando e em meio a tensão para solução de um problema abrir mão de brincadeiras lúdicas pode gerar calma e tranquilidade aos envolvidos, auxiliando-os na continuidade da tarefa. A automatização das percepções humanas se demonstra cada vez mais tarefa que somente outra pessoa consegue compreender e dominar. A inovação parece estar se consolidando no campo das relações interpessoais, o ser humano é o centro deste processo.

 

Saber lidar com outro ser humano é característica que somente uma pessoa é capaz de fazer. Esta habilidade de compreender nossos medos, anseios e desvios de padrões pode ser o diferencial para o profissional do futuro, pois, “há muitas habilidades que são difíceis para as pessoas, mas fáceis para máquinas.  E há muitas habilidades que são difíceis para máquinas, mas fáceis para as pessoas” conforme doutrina o pesquisador David Deming. Ser mais humano nos parece tão simplista e nada tecnológico que nos obriga a repensar no que realmente será essencial em nossas carreiras, saber calcular talvez não seja mais tão relevante quanto termos a capacidade de ouvir, compreender e colaborar com outro ser humano. O profissional humanizador das relações nos parece a cada dia como o profissional do futuro, pois este compreenderia que os personagens centrais de nossas relações são as pessoas e não as máquinas.

 

Dessa forma, as capacidades automatizáveis serão cada vez mais incorporadas às máquinas e as pessoas passarão a ter mais foco  nas atividades que somente nós, seres humanos, temos a habilidade de compreender e executar que é a de socializar e colaborar com outros seres, pois, o poder de ouvir e ser empático com outra pessoa, talvez jamais seja uma tarefa mecanizável pela complexibilidade do comportamento não padronizável que as pessoas assumem, assim, as habilidades sociais poderão ser o ponto de diferenciação do profissional do futuro, onde, a hora do cafezinho, seja um dos momentos em que as pessoas se comuniquem se conheçam e assim estabeleçam laços sociáveis que as tornem mais colaborativas e eficientes em suas tarefas. O humano a cada dia está mais necessário nas tarefas que somente nós podemos realizar que é de humanizar as tarefas com o auxílio de ferramentas e não ao contrário, as capacidades, pois são as capacidades que utilizamos em nossas relações nos conectando ao profissional da humanização das relações. 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Empatia, flexibilidade, cooperação: pesquisa de Harvard explica por que habilidades sociais ganham força no mercado de trabalho. Disponível em: <Empatia, flexibilidade, cooperação: pesquisa de Harvard explica por que habilidades sociais ganham força no mercado de trabalho – BBC News Brasil>.  Acessado em: 4 de Maio de 2022.

McKeown, Greg – Essencialismo; tradução de Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Sextante, 2015 ed.

 

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