Tratando-se na seara da transformação digital, fala-se muito sobre as metodologias ágeis, sendo essas essenciais para a evolução de uma empresa desde os setores de tecnologia, até em setores industriais.
Segundo pesquisa da Gartner, 97% das empresas utilizam ou planejam utilizar metodologias ágeis para gestão de processos e projetos. O Scrum foi difundido nos últimos anos e é um dos frameworks para adoção de metodologias ágeis mais conhecidos no mercado (WEST; HOLZ, 2019). Entretanto, premissas intrínsecas das metodologias ágeis tornam desafiadora a aplicação delas no contexto de empresas de grande porte.
A aplicação do Scrum em projetos pequenos e com times pequenos é muito efetiva, dado que o tamanho ideal de um time de Scrum é aproximadamente sete pessoas (7 ± 2) (SCHWABER, 2007). Com um time reduzido, a flexibilidade e a fluidez proposta pela metodologia ágil são alcançadas. Porém, tratando-se de times com um maior número de pessoas envolvidas utilizando o Scrum, temos um cenário onde a produtividade é reduzida, os mecanismos de controle se tornam pesados e a comunicação se torna ineficiente, não alcançando, assim, a escalabilidade desejada.
Uma alternativa para atingir essa escalabilidade ágil é o SAFe, acrônimo para Scaled Agile Framework, onde se consegue manter os benefícios da metodologia ágil em times com maior número de pessoas e em empresas de grande porte, fornecendo uma experiência simples e leve, visto que ele está dividido em três segmentos, sendo eles: Time, Programa e Portifólio. Dessa maneira, temos a metodologia abrangendo todas as áreas de gestão de Portifólio e essa tem por finalidade gerenciar todos os projetos de uma empresa de forma integrada.
O SAFe combina o poder do Agile com o desenvolvimento de produtos e pensamento de sistemas Lean. Com amplo conhecimento, o SAFe é baseado nos princípios e valores Lean-Agile. Ele fornece orientação para as funções, responsabilidades, artefatos e atividades necessárias para alcançar melhores resultados de negócios (LEFFINGWELL, 2018).
Os quatro valores essenciais do SAFe são: alinhamento, qualidade embutida, transparência e execução de programa. Eles são a chave para a eficácia do framework. (LEFFINGWELL, 2018).
Dentre os benefícios, encontramos uma comunicação mais efetiva em times e projetos grandes, tempo de lançamento no mercado mais rápido, aumentos significativos de produtividade e qualidade, funcionários mais motivados e engajados, visão geral do projeto (inclusive para projetos altamente complexos) e garantia de alinhamento com as metas de negócios (LEFFINGWELL, 2018).
O SAFe possibilita a adoção de práticas ágeis para um contexto mais amplo ao ponto que o Scrum e outras metodologias “clássicas” tem foco no gerenciamento de projetos em times pequenos ou em formato cascata. O framework possibilita o trabalho entre diversos times, promovendo uma visão única e integrada da organização. Essa característica é especialmente útil para projetos de alta complexidade, onde existe interdependência nas entregas de diferentes times. Assim, podemos concluir que o SAFe traz uma visão alternativa para a adoção de metodologias ágeis que contempla, também, os níveis mais altos na hierarquia de uma empresa, suas metas e objetivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WEST, Mike; HOLZ, Bill. Results Summary: Agile in the Enterprise. Gartner, p. 02-49, setembro/outubro 2019. Disponível em: <https://circle.gartner.com/Portals/2/Resources/pdf/Agile%20in%20the%20Enterprise%2 02019%20-%20Results%20Summary%20(updated).pdf>. Acesso em: 12 nov. 2021.
SCHWABER, Ken. The Enterprise and Scrum. Wheaton: Microsoft Press, 2007. LEFFINGWELL, Dean, et al. SAFe 4.5 reference guide: scaled agile framework for lean enterprises. Addison-Wesley Professional, p.9-198, 2018. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=zrdZDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT12&dq=scaled+agile+framework&ots=JYwQ6-LWh7&sig=UZV-JLKvpAosv6sjevDGkqX2s3c#v=onepage&q=scaled%20agile%20framework&f=false>. Acesso em: 12 nov. 2021.