Vivemos na era da transformação digital, alguns países mais evoluídos que outros, mas o fato é: todos nós estamos sendo impactados por essa transformação global que, além da mudança de modelos organizacionais processos e competências, visa melhorar a forma de fazer negócios.
Para acompanhar esse movimento e não perder vantagem competitiva, as empresas têm buscado metodologias que contribuam na disrupção dos processos de desenvolvimento dos produtos, para satisfazer e superar as expectativas dos clientes com soluções contínuas que geram valor.
Segundo Pressman (2011), da forma que o mercado está configurado atualmente, onde tudo muda muito rapidamente, ser ágil é uma necessidade para que os objetivos possam ser alcançados. A metodologia surgiu para quebrar alguns paradigmas da engenharia de software, ou seja, tornar os processos de desenvolvimento mais ágeis e, como resultado, diminuir documentações, entregas em partes e cumprir prazos de entregas estabelecidos.
Nesse sentido, Cohn (2011) afirma que muitas empresas estão tentando tornar suas equipes de desenvolvimento mais ágeis, pois tendem a introduzir seus produtos no mercado com muito mais rapidez, levando em consideração principalmente a satisfação dos clientes com os requisitos e objetivos do produto.
Os modelos ágeis possuem diversos formatos, contudo, são regidos pelos mesmos princípios para que tenham sempre como meta o menor número de processos burocráticos e uma maior fluidez. Resumindo estes princípios, Beck et al. (2011) apresenta quatro premissas: indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas; software em funcionamento mais que documentação abrangente; colaboração com o cliente mais que negociação de contratos; responder a mudanças mais que seguir um plano.
Audy (2015) relata que Jeff Sutherland e Ken Schwaber, em 1995, se uniram para formalizar o método Scrum. Sabbagh (2013) diz que o Scrum é uma ferramenta simples utilizada para a gestão de produtos complexos, fazendo entregas interativas e incrementais para reduzir riscos e falhas do projeto.
Para implementar a metodologia ágil, é necessário muito cuidado para não realizar adaptações confortáveis, fugindo do propósito e da dinâmica proposta. A metodologia deve encorajar e provocar para gerar movimentos e entregas significativas. Por isso, a mudança cultural e de mentalidade de cada participante do processo, e principalmente da liderança, é o que fará a diferença para alcançar o sucesso.
E, falando em pessoas, a metodologia ágil requer a composição de times diversificados e comprometidos com o negócio e a satisfação do cliente. Eis aqui mais um desafio das organizações, pois, para compor tais times, é necessário que os papéis de cada um estejam bem definidos e que os colaboradores estejam alinhados à cultura, bem como motivados e engajados. Portanto, sem pessoas não há metodologia e sem metodologia não há entrega de valor.
Para alcançar um nível de engajamento, comprometimento, alinhamento e preparação, se faz necessário também o investimento em conhecimento, ou seja, capacitação e desenvolvimento de todas as pessoas na organização. Contudo, não haverá transformação digital, implementação de metodologia ágil, capacitação dos times ou mudança de cultura, sem aquisição de ferramentas tecnológicas que possibilitem a execução de todas essas frentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUDY, Jorge. Scrum 360 – Um guia completo e prático de agilidade. Casa do Código.
São Paulo/SP, 2015.
BECK, K. et al. Os doze princípios do software ágil. [S.l:s.n], 2011. Disponível em:
<http://www.manifestoagil.com.br/principios.html>. Acesso em: 22 outubro de 2021.
COHN, Mike. Desenvolvimento de Software com Scrum: Aplicando métodos ágeis com sucesso. Porto Alegre: Bookman Companhia Editora Ltda., 2011.
PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software – Uma Abordagem Profissional. Ed. Bookman; Edição 7. Porto Alegre, 2011.
SABBAGH, Rafael. Scrum – Gestão Ágil para Projetos de Sucesso. Casa do Código. São Paulo/SP, 2013.