A descontinuidade dos modelos de negócios, costumes, hábitos pessoais e corporativos, caracterizam uma nova era conhecida como 4a Revolução Industrial (MAGALDI et al. 2018). Nesse novo tempo, o avanço digital vem transformando a maneira de viver, trabalhar e se relacionar tanto dos indivíduos quanto das empresas. Esse avanço abre espaço para uma nova dinâmica de negócios, mudando a mentalidade da gestão e redesenhando processos, em que Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas ditam a evolução da sociedade.
Sendo assim, mais do que exigir que as empresas se adaptem estruturalmente, o avanço da tecnologia faz com que tenham que revisitar maneiras de agir e buscar atualizações sobre novas influências culturais predominantes no mercado (ROGERS, 2017). Uma empresa que se transformou completamente para acompanhar as mudanças do mercado é a Netflix. Mesmo que fundada em 1997 como empresa de aluguel de DVDs via correios, em 2009, sua equipe de gestão percebeu que as pessoas queriam ter acesso aos filmes em qualquer lugar e de maneira rápida e imediatista, o que fez com que a companhia entrasse no ramo de streaming de vídeos e escalasse seu serviço para todo o mundo. Sua principal concorrente, a Blockbuster, vista como inabalável na época, não acompanhou nem se adaptou aos movimentos da mudança tecnológica e sucumbiu.
Em 2001, ocorreu a bolha das ponto com, em que empresas de tecnologia sobrevalorizadas nas bolsas de valores vieram a cair vertiginosamente por não serem lucrativas. Mesmo assim, o tempo provou a importância e a força da revolução tecnológica, uma vez que essas mesmas empresas, hoje, são as mais lucrativas e mais valiosas do planeta, como pode ser observado no ranking reportado pelo Statista (2021) que lista Apple, Microsoft, Saudi Aramco, Amazon, Google, Facebook, Tencent e Tesla como as empresas mais valiosas do mundo. Ainda assim, vale destacar que dentre essas apenas uma não tem seu negócio baseado em tecnologia, o que jamais seria esperado na época da bolha das ponto com.
As empresas que lideram o uso da tecnologia digital são aquelas que enxergam o digital como uma oportunidade de negócio e não como um desafio tecnológico
(WESTERMAN & BONNET, 2015). Isso mostra a amplitude desafiadora da transformação digital e a necessidade de mudanças na mente das pessoas e na estrutura organizacional dos modelos de negócios.
Com base no exposto, fica claro que organizações e indivíduos que não estiverem atentos ao processo de transformação não conseguirão se manter no mercado competitivo. Esse processo não se trata só de implementação de novas tecnologias, mas da capacidade das empresas e das pessoas repensarem e remodelarem seus negócios (PRAMANIK et al. 2019). Transformação digital é uma questão de sobrevivência das empresas no mercado global, que gera expansão de oportunidades, intensifica relações, encurta distâncias e não deve ser vista como uma aposta, e sim, como uma realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROGERS, David L. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: Repensando o seu negócio para a era digital. 1. ed. São Paulo: Autêntica Business, 2017.
MAGALDI, Sandro; SALIBI, José Neto. Gestão do Amanhã: tudo que você precisa saber sobre gestão, inovação e liderança para vencer a 4° revolução industrial. São Paulo: Editora Gente, 2018.
PRAMANIK, H. S. et al. Essence of digital transformation: Manifestations at large financial institutions from North America. Future Generation Computer Systems, Salt Lake City, n. 1, p. 323-343, 14 abr. 2018.
The 100 largest companies in the world by market capitalization in 2021. [S. l.], 10 set. 2021. Disponível em: <https://www.statista.com/statistics/263264/top-companies-inthe-world-by-market-capitalization/>. Acesso em: 20 out. 2021.
WESTERMAN, George; BONNET, Didier. Revamping Your Business Through Digital Transformation:1. ed. [S. l.], 18 fev. 2015. Disponível em:
<https://sloanreview.mit.edu/article/revamping-your-business-through-digitaltransformation/>. Acesso em: 12 out. 2021.
