A importância da criatividade para resolução de problemas

O mundo dos negócios sempre foi muito desafiador devido à grande quantidade de problemas que podem aparecer durante o planejamento e execução de atividades, como a evolução das informações, tendências e tecnologias. Apesar de alguns desses problemas serem resolvidos de forma sistemática, utilizando como base conhecimentos prévios ou processos já escritos, eles podem influenciar na programação inicial de projetos. Por ter tantas variáveis envolvidas, sendo que algumas não estão no controle do negócio, a criatividade se mostra uma solução necessária para resolução de problemas não mapeados.

 

Segundo Chávez-Eakle et al. (2007), a criatividade é descrita como o resultado da utilização difusa de variadas regiões cerebrais, ou de sistemas específicos, que controlam diversas formas de comportamento e cooperam na realização de uma tarefa. Ou seja, a criatividade caracteriza-se pela utilização de diversos conhecimentos, experiências, ideias, sentimentos e sensações para a realização de uma tarefa. De acordo com Mouchird e Lubart (2002), a criatividade pode ser conceituada como um conjunto de capacidades que permitem uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em determinados contextos. Diferencia-se inovação de criatividade, tendo em vista que inovação está mais ligada as empresas, enquanto a criatividade é uma atitude inerente do indivíduo.

 

Dessa forma, a criatividade do indivíduo tem sido considerada o fator fundamental para a geração da inovação, de interesse da organização, constituindo o primeiro componente ideacional da inovação, enquanto essa englobaria a concretização e a aplicação das novas ideias (Alencar, 1995). A competitividade industrial e os fatores não mapeados previamente, e que podem gerar problemas no decorrer de uma atividade, necessitam de uma solução diferente da tradicional, exigindo, assim, o uso da criatividade pelos indivíduos envolvidos na resolução, como, por exemplo, quando um produto está ativo no mercado, mas não possui o faturamento esperado pela empresa. Se o mercado em que ele está inserido é o correto, o problema pode estar em que a verdadeira demanda do cliente não está sendo entendida e suprida por meio do produto. Em casos como esse, a aplicação do Design Thinking, onde o profissional utiliza as ferramentas de design para criar soluções mais desejáveis e com foco voltado para o usuário, pode solucionar esse problema.

 

Utilizando o Design Thinking, os envolvidos utilizam a criatividade para aplicação da ferramenta de enquadramento, colocando-se no lugar do cliente para ter outro ponto de vista e entender as dores da persona. Assim, ele trabalha melhor os conceitos necessários para a criação de um produto mais relevante ao usuário. Esse método, e várias outras ferramentas atuais, têm a criação de um pensamento criativo como base, gerando inovação para o negócio e soft skills, que são cada vez mais importantes para a saúde financeira e para o processo de ganho de mercado de qualquer empresa no cenário atual.

 

Com isso, destaca-se que o uso da criatividade é muito importante para qualquer negócio que tenha como objetivo tornar-se mais competitivo. Processos e soluções tradicionais de problemas são eficientes em algumas atividades, mas, para adequar, evoluir e manter a saúde da organização, a inovação é a melhor ferramenta. Contudo, ela só é aplicada quando as pessoas envolvidas no planejamento e execução são estimuladas a criar para que as atividades e a solução de problemas venham a ser resolvidos da melhor maneira possível.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALENCAR, Eunice Lima Soriano. DESENVOLVENDO A CRIATIVIDADE NAS ORGANIZAÇÕES O DESAFIO DA INOVAÇÃO: Um clima favorável à criatividade, aliado à prática intencional do processo de resolução criativa de problemas, facilita a mudança e a introdução bem-sucedida da inovação no contexto organizacional. RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, ano 1995, v. 35, n. 6, p. 6-11, 3 nov. 1995. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rae/a/kcyZbN7gXtNLVFYFnKWh7QN/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 5 ago. 2021.

 

Chávez-Eakle, R.A., Graff-Guerrero, A., García-Reyna, J.-C., Vaugier, V., Cruz-Fuentes, C. (2007) Cerebral blood flow associated with creative performance: A comparative study. NeuroImage,38 (3), 519-528.

 

Mouchiroud, C. e Lubart, T. (2002). Social creativity: A cross-sectional study of 6-to 11-yearold children. Int. J. Behav. Develop., 26 (1), 60-69.