Atualmente, existe uma grande complexidade de problemas no mundo organizacional. Com esse crescimento, surge também uma demanda por inovação e criatividade, ou seja, profissionais que sejam capazes de resolver, de forma simples e eficaz, problemas que antes não eram vistos no ambiente das organizações.
Segundo Miranda (2016), caracteriza-se como problemas complexos o “problema no qual a relação entre causa e efeito requer uma análise, investigação e/ou a aplicação de conhecimentos especializados”. Nota-se assim a necessidade do conhecimento técnico para a resolução desses problemas.
Apesar da quantidade de informações e acesso ao conhecimento técnico, nem sempre é possível moldá-lo em uma solução eficaz para um problema complexo através das metodologias tradicionais. É necessário, por muitas vezes, recorrer a recursos e conceitos que ainda estão sendo inseridos nas culturas organizacionais brasileiras (como o Método Ágil, Scrum, Design Thinking, entre outros). Nessa lacuna entre o conhecimento técnico e a solução do problema é que age o processo criativo.
Em sua tese, Barbosa (2003, apud Skinner 1982, p.98) define a resolução de problemas da seguinte forma: “resolver um problema é […] mais do que a resposta que lhe constitui a solução; é uma questão de dar os passos necessários para tornar tal resposta mais provável, via de regra mudando o ambiente”. Percebe-se nessa fala o quanto está presente o passo a passo do processo criativo dentro da resolução de problemas.
Assim, depara-se com o dilema de transformar esses estímulos criativos em soluções inovadoras. Barlach (2009) diz em seu estudo que “A criatividade surge, então, como força motriz para as inovações, fundamento de sua qualidade e fator diferencial frente aos desafios e problemas do cotidiano e dos negócios”. Ele leva a concluir que o estímulo à criatividade é um fator diferencial à inovação, ou seja, estão conectados um ao outro, favorecendo a inovação na hora de criar soluções.
Sabe-se que, hoje em dia, apenas conhecimentos técnicos não são o suficiente para o mercado de trabalho. É também necessário desenvolver a parte humana, o que tange as soft skills e os vieses que se assume de acordo com a evolução profissional, demandando criatividade e, portanto, inovação. A partir disso, entende-se a importância do estímulo à criatividade para que se tenha capacidade de associar as informações técnicas, moldando-as como solução para problemas complexos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIRANDA, Lyana Virgínia Thédiga de. Saberes De Ação, Interação E Comunicação: Metodologia Ativa E Resolução Colaborativa De Problemas Com Crianças Na Escola. 2016. 261 f. Tese (Doutorado) – Curso de Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/316526844_Saberes_de_acao_interacao_e_colaboracao_metodologia_ativa_e_resolucao_colaborativa_de_problemas_com_criancas_na_escola. Acesso em: 09 fev. 2022.
BARBOSA, João Ilo Coelho. A criatividade sob o enfoque da análise do comportamento. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, Fortaleza, v. V, n. 2, p. 185-193, jan. 2003. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1517-55452003000200008&lng=pt. Acesso em: 10 fev. 2022.
BARLACH, Lisete. A Criatividade Humana Sob A Ótica Do Empreendedorismo Inovador. 2009. 278 f. Tese (Doutorado) – Curso de Psicologia, Usp, São Paulo, 2009. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-01122009-084339/publico/LiseteBarlach.pdf. Acesso em: 09 mar. 2022.
